20 julho 2008

Devorando livros

Venho devorando livros com a mesma intensidade com que tenho devorado Cheeseburgueres duplos no McDonald's, ultimamente. Pelas fotos recentes da milha silhueta vocês já podem imaginar que tem sido muitos. Esse ano eu li ou reli dezenas de livros. Dezenas, mesmo. A única coisa com que eu gasto mais dinheiro do que fotografia são livros. De fotografia, muitas vezes, mas quaisquer outros. Os livros da moda, os mais obscuros, os de autores preferidos, os indicados pelos amigos. Livros emprestados também servem, mas eu gosto de ter os livros. Aliás, não só livros. Revistas também, as mais variadas. Manuais de eletro-eletrônicos, jornais (aqui em casa assinamos dois), panfletos de tarólogas entregues no sinal , acompanhados dos panfletos de auto-mecânicas com ofertas de pneus recondicionados e escapamentos para todo tipo de veículo, instruções de "como fazer" em caixas de congelados, bulas de remédio (um clássico que eu realmente leio), modo-de-usar de cosméticos (conhecido como "leio até rótulo de shampoo no banho"), quadrinhos e, com uma frequência ligeiramente menor, blogs e websites diversos. Eu sou old-school, então até hoje ler algo que eu não possa segurar entre as mãos não é tão prazeiroso.

O que acontece é que eu tenho o péssimo costume de ler muito rápido. Não muito rápido no estilo leitura dinâmica, mas muito rápido. Do tipo 230 páginas em uma noite, como aconteceu com "Feliz Ano Velho" do Marcelo Rubens Paiva. Era madrugada, eu estava entediado olhando para os meus livros de cabeceira - são 75, contei agora - e resolvi subir ali no escritório do meu pai e dar uma fuçada na coleção dele. Achei esse do M R Paiva, desci pro meu quarto e em poucas horas cheguei ao final. Livro fudido! Recomendo. Mas voltando um pouco, o problema de ler assim tão rápido é que eu fico sem opções muito rápido, também. E então preciso emprestar livros dos amigos ou então comprar livros novos. E os livros que eu levo pra me acompanhar em viagens duram 2 noites. Eis que, então, chegamos ao que eu realmente quero escrever sobre, hoje: eu leio todo e qualquer livro que cai nas minhas mãos. E me obrigo a ler até o final, mesmo ele sendo muito ruim. O Cesinha vai discordar dizendo que eu fiquei com o 1984 dele por meses aqui em casa e não li mais do que 20 páginas. É verdade. Mas o livro simplesmente não me pegou. Eu estava lendo outros dois ao mesmo tempo, então esse eu devolvi sem terminar. Eis a excessão que confirma a regra, pois.

Meu último empréstimo atende pelo nome de "Casório?!". É, o livro da Marian Keyes, que escreveu Melancia e toda aquela série que as meninas adoram. Uma bobagem romântica melosa para mulheres, mas uma bobagem romântica melosa para mulheres bem divertida. E que na página 210 tem um trecho que me fez decidir, na hora de ir embora, pedir o livro emprestado para terminar de ler em casa. É esse aqui:
Aquele era um estado de coisas muito triste, mas a vida era assim mesmo, em todo raio de esperança aparecia uma nuvem, e cada fragmento de felicidade era pago com a dor de alguém.
Pra vocês terem idéia de como o caso de ler rápido é sério, eu estava exatamente na página 310 quando fui procurar esse trecho pra transcrever aqui. 100 páginas tinham se passado e, pra mim, pareciam 10. Eu tinha lido esse trecho há 5 minutos ou algo assim. Não mais de 15, com certeza.

"Cada fragmento de felicidade é pago com a dor de alguém." É uma frase forte e muito provavelmente vou me arrepender de transcrevê-la aqui, pois senão eu poderia plagiar e usar numa música minha qualquer hora. Agora as pessoas tem como descobrir. De qualquer forma, ela termina um capítulo com essa frase. Acho que é o jeito inglês contemporâneo, porque é exatamente o que o maldito do Bernard Cornwell faz em todos os livros dele. Você termina o capítulo sempre com uma frase de impacto que te faz virar a página imediatamente, aflito mas com ânimo renovado, e muitas vezes sentindo arrepios e com lágrimas nos olhos. Claro que "uma vergonha que ele merecia estar sentindo" não tem o impacto de "...mas então, apenas uma hora depois, tão cansados quanto os homens de Sagramor, os inimigos chegaram a Camlann." É um livro pra meninas, eu acho, não uma trilogia sobre batalhas sangrentas e jogos políticos que moldaram uma das lendas mais cultuadas até hoje. Mas é o equivalente feminino. Tem me divertido o bastante para que eu recomende não só para as amigas, mas pros amigos também. Eu sei que muitos de vocês são como eu, que lêem revistas "de mulher" do tipo Cláudia ou Marie Claire pra pegar umas dicas, de vez em quando (eu realmente faço isso), então o livro pode ser muito útil.

Faltam só 200 páginas agora e eu sei que provavelmente termine o livro essa noite e fique mais uma semana sem nada novo pra ler. Esse é o gancho pra que vocês usem os comentários (ou o email, MSN, qualquer contato que tenham comigo) pra indicar o próximo livro a ocupar meu tempo. Antes que as aulas comecem e eu me atole de livros sobre Publicidade e Propaganda.

9 comentários:

Anónimo disse...

(@aneloisa, do twitter aleatoriamente comentando no teu blog pela primeira vez)

Este post "me pegou" pelos dois autores citados ali no final... Marian Keyes e Bernard Cornwell, gosto tanto, que se houvessem livros suficientes, passaria um bom tempo só alternando o romance água-com-açúcar da Keyes com as lutas romantizadas do Cornwell.

No final das contas, só tenho sugestões beeeem mulherzinha, pq adoro esses livros... Da própria Marian Keyes, sugiro o Sushi e o Férias. Se você já não tiver lido a série do Mochileiro das Galáxias do Douglas Adams, também indico! Por fim, O dia do Curinga, do Jostein Gaarder que não é mulherzinha e eu achei beem legal =)

oops! que comentário comprido!
abraço e boas leituras

Unknown disse...

Kindão, compartilhamos do mesmo vicio. Adoro ler, sou compulsivo na compra de livros, e tenho sérios problemas com coleções hahahaha se sei q existe uma série de livros, nao me contenteo em comprar aos poucos, compro logo a coleção toda! hahahah Agora meu problema é meio diferente do seu q tenho uma pilha imensa de livros pra ler e praticamente nenhum tempo para faze-lo!

Maria Carolina Portugal disse...

nham... pequeno principe!!!

Luis disse...

ureia
joinha seu blog!
não desista dele nem tenha medo dos alfarrábios obscuros da interneta!

aquele abraço.

Anónimo disse...

koé lek,
tbm sou mais um compulsivo por leitura, é o velho lance de devorar os livros msm.
vou te contar que eu tenho um fascinio maior por biografias e coisas do tipo, e tbm por livros musicais, como um dos uyltimso que eu li e recomendo MTO pra tu cara, que é músico e tal, "NOITES TROPICAIS - solos,improvisos e memórias musicais" do NELSON MOTTA, serinho cara, ele conta todo os primórdios da música popular brasileira, na verdade naum só da MPB, ali ele conta tbm do surgimento da jovem guarda e do rock nacional, vale mto a pena!
e falando em NELSON MOTTA num tem nem como naum citar a biografia do TIM MAIA que tbm é dele,uma aula de loucura e musica!!!!
é nóis mulek!!!

lucão.

Ana Cecília Pereira disse...

"A Distância Entre Nós", de Thrity Umrigar, já leu? Um dos últimos que li. Bom, muito bom!

Anónimo disse...

Olá! Não sei, talvez eu seja uma das únicas, mas quando o texto "prende", eu leio até o fim. E assim são os seus posts aqui no blog. Juro que lí/leio todos até o fim. hehehe :) Te desejo um bom recomeço nos estudos e digo que te fará mto bem sim. :) As minhas aulas na facul recomeçaram hoje já. Uma semaninha de férias apenas. Bom, adoro ler, sempre que tenho um tempo que não tenha que ser consumido lendo livros da área odontológica estudada. Tenho vários livros a indicar, porém o primeiro será um que comecei a ler, mas que já recomendo do tanto que estou gostando, e tb pelo fato de quem me indicou hehe Rubem Fonseca - 64 contos, aproveite, ótimo!
Falei demais...hehe
Beijos, Fer.

Anónimo disse...

Marcelo Rubens Paiva é realmente muito bom!
Leia todos os livros dele, especialmente Malu de Bicicleta e Blecaute. Vc não vai se arrepender.

Bjs!

Unknown disse...

Não só amo livros como trabalho com eles, em uma importadora de livros. Eu recomendo o Snowball, que já tem tradução pela Sextante ( A Bola de neve ), uma biografia autorizada do mestre Warren Buffet.
O Escafandro e a Borboleta, que virou filme é tocante e bem rapidinho....Ah! E claro, fazendo um jabá de nossa editora, o Ame o que é Seu da Emily Giffin tem feito muito sucesso entre as mulher, porém não o li. Abraço e parabéns pelo blog e fotolog.
www.fotolog.com/murron