Bom, já é amanhã. Comecemos, pois. Escolhi como primeiro assunto aquele lance de falar mais sobre as letras do Self Defense. Começando do começo, faixa 1 do disco "De Mãos Vazias", de 2008. Você ouve essa música aqui ou aqui.
Falando da música em si, ela tem uma pequena vinheta no início, que é uma conversa do Contin (baixista) com um senhor que eles (os outros da banda) encontraram numa parada de estrada numa viagem qualquer. Ok, explico melhor, deixando a preguiça de lado. Eu estava em Criciúma, na casa da minha namorada, e convidei o resto da banda para passar um final de semana por lá. Na volta da viagem eles pararam no Sinuelo, uma parada tradicional da BR 101, nesse trecho Florianópolis - Curitiba. Lá encontraram o Senhor Alvelino Santos de Souza, que cantou uma moda de viola em troca de alguns cigarros, se não me engano. Na vinheta de abertura do disco, o Contin pede pra que ele cante mais uma moda e o grava com o celular.
Ainda sobre a música, ela tem participação especial de Gabriel Zander, o Bil, nos vocais. Pra quem não sabe, o Bil é vocalista do Zander e ex-vocalista de bandas como Deluxe Trio e Noção de Nada. Tipo uma lenda viva do hardcore nacional. Ele produziu e mixou nosso disco e faz uma participação matadora nessa música. Vamos então, à letra:
Basicamente, essa letra relata minha (falta de) experiência com as drogas ilícitas. É uma tentativa de entender o porquê do uso, uma aflição que eu tinha (tenho?) em ser (ao que parece) uma das únicas pessoas que não encontra prazer, diversão ou o que quer que seja no uso dessas substâncias. O trecho que fala sobre as pessoas que procuram se desconectar de si mesmas veio de uma entrevista com o Green Day que eu vi no YouTube há uns 3 anos. Eu nunca mais encontrei esse vídeo e não lembro exatamente do que eles falavam, mas lembro do Billie Joe dizendo o fragmento "pra se desconectar de si mesmas". Aquilo ficou na minha cabeça e eu anotei como referência. Copiei descaradamente depois, mas é assim que é.
Então comecei a divagar sobre alguns motivos que levariam as pessoas a isso. A primeira frase retrata uma situação em que a pessoa não vê saída. O horizonte é cinza e ela não é capaz de enxergar mais nenhum palmo a sua frente. E segue dizendo que o chão firme desaba, como se todas as certezas que ela tinha até então tivessem desaparecido. Essa frase também pode significar a MINHA falta de certezas, quando coisas em que eu acreditava (no caso, de que drogas não servem pra mim) talvez possam ser diferentes. Estou me perguntando, basicamente: se "todo mundo" usa, alguma coisa aí tem! O que será? E eu penso na possibilidade de entrar nessa, experimentar, quando digo que "não há onde me apoiar pra me manter sincero ao que eu acreditei", porque todos com quem eu converso sobre o assunto tem uma desculpa, tem um relato, uma experiência que faz eu pensar que talvez valha a pena (em tempo: não vale). Depois, quando digo que mentiras não bastaram mas agora estou certo que posso te surpreender, é minha negativa final pra entrar nessa. Pra mim, é ilusão, são mentiras. Mas ainda assim, posso entrar nesse mundo sem realmente experimentá-lo. Posso rir com (e de) vocês todos, "usuários recreativos", sem os efeitos colaterais.
Minhas opiniões sobre o assunto vem no refrão. Pra mim, isso tudo é muleta para fracos. É só mais um sonho, é uma ilusão, é algo que as pessoas procuram porque não se conformam em ser simplesmente elas mesmas. Essa busca pra sair de si, porque a realidade é difícil demais pra enfrentar de cara limpa. E é uma pequena fração em todo esse processo de autodestruição. E aí temos algo interessante, que é esse mesmo processo de autodestruição que leva as pessoas a acreditarem que não há saída. Entendem o círculo vicioso? O processo o leva a crer que o horizonte é cinza. Mas foi por acreditar que não há saída que o cara entrou nesse processo. E assim vai, dando voltas no lugar.
Talvez agora essa música deixe de ser a preferida de algumas pessoas que se sintam ofendidas com a explicação, mas eu gostaria realmente de estender a discussão aí nos comentários. À vontade, todos vocês!
Falando da música em si, ela tem uma pequena vinheta no início, que é uma conversa do Contin (baixista) com um senhor que eles (os outros da banda) encontraram numa parada de estrada numa viagem qualquer. Ok, explico melhor, deixando a preguiça de lado. Eu estava em Criciúma, na casa da minha namorada, e convidei o resto da banda para passar um final de semana por lá. Na volta da viagem eles pararam no Sinuelo, uma parada tradicional da BR 101, nesse trecho Florianópolis - Curitiba. Lá encontraram o Senhor Alvelino Santos de Souza, que cantou uma moda de viola em troca de alguns cigarros, se não me engano. Na vinheta de abertura do disco, o Contin pede pra que ele cante mais uma moda e o grava com o celular.
Ainda sobre a música, ela tem participação especial de Gabriel Zander, o Bil, nos vocais. Pra quem não sabe, o Bil é vocalista do Zander e ex-vocalista de bandas como Deluxe Trio e Noção de Nada. Tipo uma lenda viva do hardcore nacional. Ele produziu e mixou nosso disco e faz uma participação matadora nessa música. Vamos então, à letra:
Se o horizonte é cinza e tantas nuvens negras me impedem de ver além dos passos que já dei;
Se o chão firme desaba e não há onde me apoiar pra me manter sincero ao que eu acreditei;
Mentiras não bastaram, mas trouxeram uma certeza: agora eu sei que posso te surpreender.
É um sonho a mais ou a ilusão que o leva a se desconectar de si mesmo ou uma fração num processo ou auto-destruição que o leva a crer...
Que o horizonte é cinza e tantas nuvens negras me impedem de ver além dos passos que já dei;
Se o chão firme desaba e não há onde me apoiar pra me manter sincero ao que eu acreditei;
Mentiras não bastaram, mas trouxeram uma certeza: agora eu sei que posso te surpreender.
Basicamente, essa letra relata minha (falta de) experiência com as drogas ilícitas. É uma tentativa de entender o porquê do uso, uma aflição que eu tinha (tenho?) em ser (ao que parece) uma das únicas pessoas que não encontra prazer, diversão ou o que quer que seja no uso dessas substâncias. O trecho que fala sobre as pessoas que procuram se desconectar de si mesmas veio de uma entrevista com o Green Day que eu vi no YouTube há uns 3 anos. Eu nunca mais encontrei esse vídeo e não lembro exatamente do que eles falavam, mas lembro do Billie Joe dizendo o fragmento "pra se desconectar de si mesmas". Aquilo ficou na minha cabeça e eu anotei como referência. Copiei descaradamente depois, mas é assim que é.
Então comecei a divagar sobre alguns motivos que levariam as pessoas a isso. A primeira frase retrata uma situação em que a pessoa não vê saída. O horizonte é cinza e ela não é capaz de enxergar mais nenhum palmo a sua frente. E segue dizendo que o chão firme desaba, como se todas as certezas que ela tinha até então tivessem desaparecido. Essa frase também pode significar a MINHA falta de certezas, quando coisas em que eu acreditava (no caso, de que drogas não servem pra mim) talvez possam ser diferentes. Estou me perguntando, basicamente: se "todo mundo" usa, alguma coisa aí tem! O que será? E eu penso na possibilidade de entrar nessa, experimentar, quando digo que "não há onde me apoiar pra me manter sincero ao que eu acreditei", porque todos com quem eu converso sobre o assunto tem uma desculpa, tem um relato, uma experiência que faz eu pensar que talvez valha a pena (em tempo: não vale). Depois, quando digo que mentiras não bastaram mas agora estou certo que posso te surpreender, é minha negativa final pra entrar nessa. Pra mim, é ilusão, são mentiras. Mas ainda assim, posso entrar nesse mundo sem realmente experimentá-lo. Posso rir com (e de) vocês todos, "usuários recreativos", sem os efeitos colaterais.
Minhas opiniões sobre o assunto vem no refrão. Pra mim, isso tudo é muleta para fracos. É só mais um sonho, é uma ilusão, é algo que as pessoas procuram porque não se conformam em ser simplesmente elas mesmas. Essa busca pra sair de si, porque a realidade é difícil demais pra enfrentar de cara limpa. E é uma pequena fração em todo esse processo de autodestruição. E aí temos algo interessante, que é esse mesmo processo de autodestruição que leva as pessoas a acreditarem que não há saída. Entendem o círculo vicioso? O processo o leva a crer que o horizonte é cinza. Mas foi por acreditar que não há saída que o cara entrou nesse processo. E assim vai, dando voltas no lugar.
Talvez agora essa música deixe de ser a preferida de algumas pessoas que se sintam ofendidas com a explicação, mas eu gostaria realmente de estender a discussão aí nos comentários. À vontade, todos vocês!
2 comentários:
nossa!
eu nunca tinha pensando em 'desconectar' dessa maneira.
achava que tinha algo a ver com internet mesmo, desconectar e tals :B
mas uau, me surpreendeu bastante e agora eu vou ouvi-la de uam forma diferente, com certeza.
não uso drogas, então tá susse! :D
haha.
curti vênancio!
Sempre fui fã de "Desconectar", mas também não tinha ideia do sentido da letra. É sempre bom descobrir algo novo sobre uma música que você curte.
Não uso drogas, então tá susse.
Enviar um comentário