1) Como surgiu o interesse por fotografia?
A fotografia surgiu por curiosidade, quando meus pais apareceram com uma câmera em casa. Por brincadeira, comecei a mexer com aquilo e me interessar, aos poucos. Com o tempo fui conhecendo alguns conceitos básicos, mas fotografando muito mais por “instinto” do que com técnica, por assim dizer. Só mais tarde, incentivado por amigos que elogiavam as fotos que eu fazia por hobby, foi que resolvi estudar a fotografia mais a fundo.
2) O que você entende por fotografia?
Hoje vejo a fotografia sendo muito mais do que o simples registro de um momento. Pra mim, tecnicamente, a fotografia é a maneira que encontramos para registrar a história, uma forma de eternizar acontecimentos, pessoas e mesmo lugares do mundo. Num sentido mais amplo, é o meu modo (nosso, falando em nome de todos que fotografam por hobby ou profissão) de deixar nossa contribuição em forma de memória visual para as próximas gerações.
3) Há quanto tempo você já está na profissão?
Eu trabalho com fotografia há 10 anos. Comecei aos 17, ainda no tempo do filme (fotografia analógica) como free-lancer numa empresa que organiza formaturas.
4) Qual é o tipo de fotografia que mais o atrai?
A fotografia que me atrai é aquela que combina o registro de um momento / situação com uma linguagem artística. Que informa sem deixar de lado a composição. Ainda que pra mim a idéia e o “feeling” sejam de longe muito mais importantes do que a técnica, é a técnica que me permite executar a idéia da forma como a mentalizo antes da foto. Obviamente contamos com a sorte em muitos momentos, mas a técnica é fundamental para que você possa ter controle absoluto do resultado final. A fotografia que me atrai, então, é aquela feita com sentimento próximo do assunto, que me passe a emoção e a informação corretas do momento em que foi feita.
5) De que modo a sua bagagem cultural e o modo como enxerga o mundo influenciam na hora de captar as imagens?
Um fotógrafo está sempre fotografando, mesmo sem a câmera. Estamos (imagino eu) o tempo todo treinando o olhar, observando formas, contornos, e como a luz de cada momento do dia incide e transforma os elementos que compõe a paisagem. Observando o trabalho de outros fotógrafos, assistindo a filmes e mesmo ouvindo músicas, estamos sempre adicionando referências. Mesmo sem querer, essas referências se agregam a outras no nosso subconsciente e podem se transformar em idéias na hora do clique.
6) O que você pensa sobre o conflito entre imagem digital x imagem analógica?
Não vejo mais como conflito. Considero uma guerra acabada, vencida pelo digital. Não há mais volta. A imagem analógica resistirá como curiosidade, como amostra de como se iniciou todo o processo. E talvez entre os amantes de fine art que ainda encontram no analógico uma forma de trabalhar que não existe no digital. Especificamente no caso do foto-jornalismo, hoje em dia, não há mais o menor espaço para o analógico. A necessidade por informações e dados em tempo real matou o processo de revelação de fotografias. Hoje todo jornal tem uma edição online atualizada em tempo real, e não é razoável esperar que o fotógrafo volte à redação para só então mandar as fotos pra revelar e depois digitalizar e publicar. Isso já é complicado em edições locais. No caso de coberturas de eventos internacionais, então, é ainda mais fácil com o digital. No mesmo minuto em que a foto foi feita, ela já é transferida ao jornal com ajuda de celular e laptop.
7) Muitos fotógrafos são contra os softwares que permitem montagens e alterações na imagem. O que você pensa sobre o assunto?
É uma questão de ética. Alterações e montagens sempre existiram. Feitas das mais variadas formas. Nos laboratórios de revelação em preto e branco existem mil maneiras de se montar e alterar fotos. Mas é preciso muita habilidade, manual mesmo. O que os softwares fizeram foi facilitar esse processo e adicionar novas possibilidades. Acontece que está ao alcance de mais pessoas agora. E quanto mais pessoas envolvidas em algo, maior a chance de termos algumas antiéticas entre elas. Mas a fotografia e os softwares de edição, hoje, são inseparáveis. Infelizmente a popularização do digital criou legiões de “fotógrafos profissionais” que sequer conhecem as funções primárias de suas câmeras, mas são grandes especialistas em Photoshop, por exemplo.
8) Você considera fotografia uma arte?
Com certeza, sim. Quando surgiu, a fotografia era uma arte marginalizada por ser muito mimética. Os críticos diziam que não era arte, que era apenas uma imitação da vida real, simples registros. Mas o tempo e o enorme talento de alguns fotógrafos acabaram por colocar esses argumentos todos por terra. Hoje a fotografia está nas grandes galerias de arte do mundo, é indiscutível. Além do fato de que a fotografia serve como instrumento poderoso de denúncia social, o que a meu ver é um papel que toda arte pode (talvez deva) assumir.
9) Pra finalizar, existe algum fotógrafo que você tem como ídolo, inspiração?
Conforme eu fui estudando mais fotografia, entrei em contato com o trabalho de inúmeros fotógrafos pelos quais criei admiração e respeito. Desde os “clássicos” Man Ray, Robert Capa, Diane Arbus e Sally Man até os contemporâneos como Mark Seliger, David Lachapelle, Georges Antoni e Jill Greenberg. Obviamente não posso deixar de lado meu gande amigo e sócio César Ovalle, com quem aprendi muito sobre a técnica/arte da fotografia e a vida em geral.
A fotografia surgiu por curiosidade, quando meus pais apareceram com uma câmera em casa. Por brincadeira, comecei a mexer com aquilo e me interessar, aos poucos. Com o tempo fui conhecendo alguns conceitos básicos, mas fotografando muito mais por “instinto” do que com técnica, por assim dizer. Só mais tarde, incentivado por amigos que elogiavam as fotos que eu fazia por hobby, foi que resolvi estudar a fotografia mais a fundo.
2) O que você entende por fotografia?
Hoje vejo a fotografia sendo muito mais do que o simples registro de um momento. Pra mim, tecnicamente, a fotografia é a maneira que encontramos para registrar a história, uma forma de eternizar acontecimentos, pessoas e mesmo lugares do mundo. Num sentido mais amplo, é o meu modo (nosso, falando em nome de todos que fotografam por hobby ou profissão) de deixar nossa contribuição em forma de memória visual para as próximas gerações.
3) Há quanto tempo você já está na profissão?
Eu trabalho com fotografia há 10 anos. Comecei aos 17, ainda no tempo do filme (fotografia analógica) como free-lancer numa empresa que organiza formaturas.
4) Qual é o tipo de fotografia que mais o atrai?
A fotografia que me atrai é aquela que combina o registro de um momento / situação com uma linguagem artística. Que informa sem deixar de lado a composição. Ainda que pra mim a idéia e o “feeling” sejam de longe muito mais importantes do que a técnica, é a técnica que me permite executar a idéia da forma como a mentalizo antes da foto. Obviamente contamos com a sorte em muitos momentos, mas a técnica é fundamental para que você possa ter controle absoluto do resultado final. A fotografia que me atrai, então, é aquela feita com sentimento próximo do assunto, que me passe a emoção e a informação corretas do momento em que foi feita.
5) De que modo a sua bagagem cultural e o modo como enxerga o mundo influenciam na hora de captar as imagens?
Um fotógrafo está sempre fotografando, mesmo sem a câmera. Estamos (imagino eu) o tempo todo treinando o olhar, observando formas, contornos, e como a luz de cada momento do dia incide e transforma os elementos que compõe a paisagem. Observando o trabalho de outros fotógrafos, assistindo a filmes e mesmo ouvindo músicas, estamos sempre adicionando referências. Mesmo sem querer, essas referências se agregam a outras no nosso subconsciente e podem se transformar em idéias na hora do clique.
6) O que você pensa sobre o conflito entre imagem digital x imagem analógica?
Não vejo mais como conflito. Considero uma guerra acabada, vencida pelo digital. Não há mais volta. A imagem analógica resistirá como curiosidade, como amostra de como se iniciou todo o processo. E talvez entre os amantes de fine art que ainda encontram no analógico uma forma de trabalhar que não existe no digital. Especificamente no caso do foto-jornalismo, hoje em dia, não há mais o menor espaço para o analógico. A necessidade por informações e dados em tempo real matou o processo de revelação de fotografias. Hoje todo jornal tem uma edição online atualizada em tempo real, e não é razoável esperar que o fotógrafo volte à redação para só então mandar as fotos pra revelar e depois digitalizar e publicar. Isso já é complicado em edições locais. No caso de coberturas de eventos internacionais, então, é ainda mais fácil com o digital. No mesmo minuto em que a foto foi feita, ela já é transferida ao jornal com ajuda de celular e laptop.
7) Muitos fotógrafos são contra os softwares que permitem montagens e alterações na imagem. O que você pensa sobre o assunto?
É uma questão de ética. Alterações e montagens sempre existiram. Feitas das mais variadas formas. Nos laboratórios de revelação em preto e branco existem mil maneiras de se montar e alterar fotos. Mas é preciso muita habilidade, manual mesmo. O que os softwares fizeram foi facilitar esse processo e adicionar novas possibilidades. Acontece que está ao alcance de mais pessoas agora. E quanto mais pessoas envolvidas em algo, maior a chance de termos algumas antiéticas entre elas. Mas a fotografia e os softwares de edição, hoje, são inseparáveis. Infelizmente a popularização do digital criou legiões de “fotógrafos profissionais” que sequer conhecem as funções primárias de suas câmeras, mas são grandes especialistas em Photoshop, por exemplo.
8) Você considera fotografia uma arte?
Com certeza, sim. Quando surgiu, a fotografia era uma arte marginalizada por ser muito mimética. Os críticos diziam que não era arte, que era apenas uma imitação da vida real, simples registros. Mas o tempo e o enorme talento de alguns fotógrafos acabaram por colocar esses argumentos todos por terra. Hoje a fotografia está nas grandes galerias de arte do mundo, é indiscutível. Além do fato de que a fotografia serve como instrumento poderoso de denúncia social, o que a meu ver é um papel que toda arte pode (talvez deva) assumir.
9) Pra finalizar, existe algum fotógrafo que você tem como ídolo, inspiração?
Conforme eu fui estudando mais fotografia, entrei em contato com o trabalho de inúmeros fotógrafos pelos quais criei admiração e respeito. Desde os “clássicos” Man Ray, Robert Capa, Diane Arbus e Sally Man até os contemporâneos como Mark Seliger, David Lachapelle, Georges Antoni e Jill Greenberg. Obviamente não posso deixar de lado meu gande amigo e sócio César Ovalle, com quem aprendi muito sobre a técnica/arte da fotografia e a vida em geral.
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