16 dezembro 2007

Entrevista Sobre Fotografia

1) Como surgiu o interesse por fotografia?
A fotografia surgiu por curiosidade, quando meus pais apareceram com uma câmera em casa. Por brincadeira, comecei a mexer com aquilo e me interessar, aos poucos. Com o tempo fui conhecendo alguns conceitos básicos, mas fotografando muito mais por “instinto” do que com técnica, por assim dizer. Só mais tarde, incentivado por amigos que elogiavam as fotos que eu fazia por hobby, foi que resolvi estudar a fotografia mais a fundo.

2) O que você entende por fotografia?
Hoje vejo a fotografia sendo muito mais do que o simples registro de um momento. Pra mim, tecnicamente, a fotografia é a maneira que encontramos para registrar a história, uma forma de eternizar acontecimentos, pessoas e mesmo lugares do mundo. Num sentido mais amplo, é o meu modo (nosso, falando em nome de todos que fotografam por hobby ou profissão) de deixar nossa contribuição em forma de memória visual para as próximas gerações.

3) Há quanto tempo você já está na profissão?
Eu trabalho com fotografia há 10 anos. Comecei aos 17, ainda no tempo do filme (fotografia analógica) como free-lancer numa empresa que organiza formaturas.

4) Qual é o tipo de fotografia que mais o atrai?
A fotografia que me atrai é aquela que combina o registro de um momento / situação com uma linguagem artística. Que informa sem deixar de lado a composição. Ainda que pra mim a idéia e o “feeling” sejam de longe muito mais importantes do que a técnica, é a técnica que me permite executar a idéia da forma como a mentalizo antes da foto. Obviamente contamos com a sorte em muitos momentos, mas a técnica é fundamental para que você possa ter controle absoluto do resultado final. A fotografia que me atrai, então, é aquela feita com sentimento próximo do assunto, que me passe a emoção e a informação corretas do momento em que foi feita.

5) De que modo a sua bagagem cultural e o modo como enxerga o mundo influenciam na hora de captar as imagens?
Um fotógrafo está sempre fotografando, mesmo sem a câmera. Estamos (imagino eu) o tempo todo treinando o olhar, observando formas, contornos, e como a luz de cada momento do dia incide e transforma os elementos que compõe a paisagem. Observando o trabalho de outros fotógrafos, assistindo a filmes e mesmo ouvindo músicas, estamos sempre adicionando referências. Mesmo sem querer, essas referências se agregam a outras no nosso subconsciente e podem se transformar em idéias na hora do clique.

6) O que você pensa sobre o conflito entre imagem digital x imagem analógica?
Não vejo mais como conflito. Considero uma guerra acabada, vencida pelo digital. Não há mais volta. A imagem analógica resistirá como curiosidade, como amostra de como se iniciou todo o processo. E talvez entre os amantes de fine art que ainda encontram no analógico uma forma de trabalhar que não existe no digital. Especificamente no caso do foto-jornalismo, hoje em dia, não há mais o menor espaço para o analógico. A necessidade por informações e dados em tempo real matou o processo de revelação de fotografias. Hoje todo jornal tem uma edição online atualizada em tempo real, e não é razoável esperar que o fotógrafo volte à redação para só então mandar as fotos pra revelar e depois digitalizar e publicar. Isso já é complicado em edições locais. No caso de coberturas de eventos internacionais, então, é ainda mais fácil com o digital. No mesmo minuto em que a foto foi feita, ela já é transferida ao jornal com ajuda de celular e laptop.

7) Muitos fotógrafos são contra os softwares que permitem montagens e alterações na imagem. O que você pensa sobre o assunto?
É uma questão de ética. Alterações e montagens sempre existiram. Feitas das mais variadas formas. Nos laboratórios de revelação em preto e branco existem mil maneiras de se montar e alterar fotos. Mas é preciso muita habilidade, manual mesmo. O que os softwares fizeram foi facilitar esse processo e adicionar novas possibilidades. Acontece que está ao alcance de mais pessoas agora. E quanto mais pessoas envolvidas em algo, maior a chance de termos algumas antiéticas entre elas. Mas a fotografia e os softwares de edição, hoje, são inseparáveis. Infelizmente a popularização do digital criou legiões de “fotógrafos profissionais” que sequer conhecem as funções primárias de suas câmeras, mas são grandes especialistas em Photoshop, por exemplo.

8) Você considera fotografia uma arte?
Com certeza, sim. Quando surgiu, a fotografia era uma arte marginalizada por ser muito mimética. Os críticos diziam que não era arte, que era apenas uma imitação da vida real, simples registros. Mas o tempo e o enorme talento de alguns fotógrafos acabaram por colocar esses argumentos todos por terra. Hoje a fotografia está nas grandes galerias de arte do mundo, é indiscutível. Além do fato de que a fotografia serve como instrumento poderoso de denúncia social, o que a meu ver é um papel que toda arte pode (talvez deva) assumir.

9) Pra finalizar, existe algum fotógrafo que você tem como ídolo, inspiração?
Conforme eu fui estudando mais fotografia, entrei em contato com o trabalho de inúmeros fotógrafos pelos quais criei admiração e respeito. Desde os “clássicos” Man Ray, Robert Capa, Diane Arbus e Sally Man até os contemporâneos como Mark Seliger, David Lachapelle, Georges Antoni e Jill Greenberg. Obviamente não posso deixar de lado meu gande amigo e sócio César Ovalle, com quem aprendi muito sobre a técnica/arte da fotografia e a vida em geral.

09 setembro 2007

Jeremy Enigk

Ainda aproveitando os links do 4Shared. Para escrever um pouco sobre a tragetória do Jeremy Enigk, convidei meu amigo César Ovalle. Com a palavra...

"Em meados de 1992, em Seattle, bem no auge do grunge, surge uma banda que até então é uma das chamadas "pai do emo", o Sunny Day Real Estate.
Tudo bem que o nome inicial da banda não foi esse e nem muito menos quem fundou a banda é a pessoa da qual vou falar, mas talvez seja ele a peça mais importante de tudo: Jeremy Enigk.

Esse rapaz tem história pra contar e também muita música pra tocar. Multi-instrumentista, levou o rock arrastado do Sunny Day Real Estate para a SubPop e de lá explodiu com sua nova característica de compôr música. O primeiro álbum, intitulado "Diary" (1994), já diz muita coisa e dispensa comentários. Esse, talvez, e na minha opinião, seja não só o melhor álbum, mas também o maior divisor de águas da banda. Tanto que, após a turnê de divulgação desse mesmo disco, a banda já sofreu modificações na formação (e também o sr. Jeremy Enigk, que se converteu ao cristianismo).

De lá pra cá muita água rolou: várias idas e vindas de integrantes, várias modificações (até mesmo musicalmente) e o Sunny Day Real Estate nunca foi o mesmo do Diary, mas logicamente nunca chegou a ser ruim - muito pelo contrário.

Nesse meio tempo entre um disco e outro do Sunny Day Real Estate, Jeremy começou a sua nova fase religiosa e solo compondo seu primeiro trabalho, intitulado "Return of the Frog Queen" (1996), um trabalho acústico e com alguns trechos mais orquestrados. Após a saída de Dan Hoerner e consequentemente o fim do Sunny Day Real Estate, Jeremy ainda tentou uma outra banda com alguns mesmos integrantes do Sunny Day Real Estate, o The Fire Theft, lançando o debut album homônimo em 2003.

Talvez cansado de trabalhar como uma banda, Jeremy resolve seguir apenas sua carreira solo, e começou novamente sendo convidado para fazer a trilha do filme "The United States of Leland" (2004). Para a trilha, Jeremy compôs 5 faixas, sendo que o destaque vai para "Don't Go Racing", a qual descreve de sua forma metafórica e poética a vida de Leland. Aliás, um filme mais do que indicado para ser assistido, não somente pela trilha sonora mas sim pela lição de vida, moral e ética que o filme passa.

Já em 2006, levando mais a sério e produzindo melhor seu trabalho solo, Jeremy lança "World Waits" - que pra mim é o melhor disco dele até então. Músicas como "River to sea", "City Tonight" e "Canons" não me deixam mentir. Nesse ano vigente, Jeremy lançou seu mais novo álbum, "The Missing Link", o qual ainda não vou bater o martelo pois ainda não consegui analisar... O mesmo é composto por 4 músicas novas e mais 5 músicas do World Waits gravadas ao vivo. Posso dizer que pelo o que ouvi por cima, não chega a ganhar do "World Waits"... mas creio que seja cedo ainda assumir essa posição, é apenas uma aposta ;). Se bem que "On The Wayside", uma das músicas novas desse novo trabalho, me agradou muito.

Enfim... falar desse cara é realmente bastante complicado, ainda mais pra mim que sou um fã assumido de tudo o que ele faz, mas espero ter esclarecido aqui em poucas linhas e bem resumidamente o seu paradeiro até então. A pergunta que não quer calhar é: O que será que ele pensa sobre essa banalização do "EMO"? Pra mim, se ele estivesse morto, estaria se debatendo no túmulo."

Jeremy Enigk - 1996 - Return of The Frog Queen



1. Abegail Anne
2. Return of the Frog Queen
3. Lewis Hollow
4. Lizard
5. Carnival
6. Call Me Steam
7. Explain
8. Shade and the Black Hat
9. Fallen Heart

Download

Jeremy Enigk - 2004 - The United States of Leland OST



1. Ballroom
2. Don't Go Racing
3. Light Bulb
4. One and One is One
5. Set It On Fire

Download

Jeremy Enigk - 2006 - World Waits



1. A New Beginning
2. Been Here Before
3. River to Sea
4. City Tonight
5. Cannons
6. Damien Dreams
7. Wayward Love
8. Dare a Smile
9. World Waits
10. Burn

Download

07 setembro 2007

Silent Drive

Minha conta no 4shared estava expirando, me avisaram por email. Entrei lá pra garantir os arquivos e achei o disco do Silent Drive - Love is Worth It. O disco é de 2004, e eu demorei bastante tempo pra escutar / gostar da banda. O Will (na época vocalista do Fluid, hoje Estática) me apresentou a banda mas não dei muita atenção. Ficou no meu HD encostada (como tantas outras ficam hoje em dia) enquanto eu ouvia outras coisas. Não lembro o porquê de um dia ter dado uma chance ao disco, que dizia no título que "O amor vale a pena". Ah, agora lembro...

E foi uma agradável surpresa, a ponto de ter se tornado uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos. Eu sabia que o vocal tinha saído do BANE (onde tocava guitarra) e se juntado com uns amigos, e só. Mas as influências de Faith no More misturadas com a pegada hardcore me surpreenderam e os MP3 se transformaram em diversos CD-Rs que distribuí aos amigos cada vez que mostrava pra algum ouvindo no carro. Meus CD-Rs do Silent Drive furaram/descascaram de tanto eu escutar. O vocal desse rapaz Zach Jordan é incrivelmente versátil. Ele pode gritar como se o inferno estivesse na cola dele e, na mesma música, cantar com a melodia do Radiohead.

A banda ficou mais conhecida por ter uma música na trilha sonora do jogo Burnout 3 Takedown, que eu nunca joguei. Na época eu tinha criado a comunidade da banda no Orkut (hoje não é mais minha) e muita gente chegou por lá falando do jogo. O disco propriamente dito foi produzido por Bill Stevenson, do Descendents, que também produziu Rise Against, Good Riddance and Anti-Flag. A pegada hardcore do Silent Drive é nessa linha, mas as músicas tem muito mais. Eles são ecléticos sem serem perdidos. Como eles próprios dizem na descrição do MySpace, "não há melodia doce demais nem riff pesado demais para nós, enquanto estejam dizendo o que queremos dizer".

Como o link do 4Shared está disponível pra download faixa-a-faixa, eu recomendo... todas. Se quiserem ouvir antes de baixar, tá aqui: http://www.myspace.com/silentdrive

Silent Drive - 2004 - Love Is Worth It



1. 4/16
2. American Classic
3. Banana Rejection
4. Rooftops
5. Davey Crockett
6. Henpecked
7. The Punch
8. The Professional
9. Broken Hearts Club
10. Our Lady Of The Worthless Miracle
11. Boyfriend Notes


Download

Custa apenas U$ 12,98 na Amazon.com. Então óbvio que todo mundo vai comprar o disco depois de ouvir, né? ;) Depois de tocar por todos os EUA, pela Europa, Japão e Canadá, a banda prepara o novo disco. Aguardo ansioso!

06 setembro 2007

Carissa's Wierd

É wierd mesmo, não weird. A banda de Seattle escreveu a palavra weird (estranho) errado de propósito. Formada em 1995, acabou em 2003. Deixou 6 discos (incluindo um 7"), dos quais 3 (os que eu tenho) estão aí embaixo. Tecnicamente classificada como uma banda de Indie Rock, o que se ouve é um Sadcore pra ficar horas refletindo. Vocais masculinos / femininos intercalados, melodias ao piano, violinos e violões, uma guitarrinha elétrica de vez em quando... lindo! Os títulos gigantescos nas canções (exceto pelo disco de 2003, Scrapbook) já traduzem o clima da banda.

Carissa's Wierd - 2001 - You Should Be At Home Here



1. Brooke Daniels' Tiny Broken Finger
2. Color That Your Eyes Changed With the Color of Your Hair
3. Halfway Spoken Heart That Feels Comfort in Everything Until It Disappears
4. Loose Hair Falls into a Glass of Water Without Ice
5. Fear Not My Friend for Tonight We Ride
6. Blessed Arms That Hold You Tight, Freezing Cold and Alone
7. All Apologies and Smiles, Yours Truly, Ugly Valentine
8. Ghost of a Dead Hummingbird Flying Around the Room
9. Part About the Vine Thats Growing Through the Window and Reaching...
10. You Should Be at Home Here

Aqui: http://www.mediafire.com/?auxzqqxevyq

Carissa's Wierd - 2002 - Songs About Leaving



1. You Should Be Hated Here
2. Silently Leaving The Room
3. So You Wanna Be A Superhero
4. September Come Take This Heart Away
5. Ignorant Piece Of Shit
6. The Piano Song
7. She'll Only Miss You When You Leave
8. A New Holiday (November 16th)
9. Farewell To All Those Rotten Teeth
10. Sofisticated Fuck Princess Please Leave Me Alone
11. Low Budget Slow Motion Soundtrack Song From The Leaving Scene
12. It Was Probably Green, (March 19th 1983)

Aqui: http://www.mediafire.com/?nxyjnrxz0dc

Carissa's Wierd - 2003 - Scrapbook



1. Sympathy Bush
2. Figure It Out
3. Sharin A Hole
4. Unfaileable
5. Smiths
6. Chelsea Hotel
7. Sympathy Bush Remix
8. Gauze
9. Joy Division
10. John Fruciante
11. Ugly Valentine Demo
12. Heather Rhodes Remix

Aqui: http://www.mediafire.com/?moj3smzr9ny


Ah, e pra quem quiser ouvir antes, eles ainda mantem o MySpace ativo, apesar do fim da banda. http://www.myspace.com/carissaswierd

05 setembro 2007

William Fitzsimmons

Descobri esse barbudo aqui pela comunidade Acoustic & Melancholic, no Orkut. Um dos participantes deu a dica do MySpace do cara ( myspace.com/williamfitzsimmons ) e fui atrás dos discos. Demorei pra achar, foi um trampo até conseguir, mas é tão bonito o som que eu precisei mandar pro mediafire e compartilhar com _______ (quem quer que leia esse blog ainda).

O rapaz em questão vem de Pittsburgh, Pensilvânia (puta nome feio em Português) e é o filho mais novo de pais cegos. Por isso foi criado num ambiente muito mais sonoro do que visual, o que acabou talvez definindo o futuro do cara. Multi-instrumentista, ele grava tudo sozinho e faz as programações (sim, tem coisa eletrônica no som, usada com bom gosto e parcimônia. Mas é tão pouco e bem utilizado que NEM EU reclamo), bem como é autor de todas as letras.

O som é folk, baladas acústicas e muito calmantes, com detalhezinhos de batidas eletrônicas, repito, beeeeeeem de vez em quando. No MySpace ele diz que seria uma honra um dia ser mencionado perto de nomes como Iron & Wine e Sufjan Stevens. Bom, aí está. Eu achei superior até ao Iron & Wine. Os barbudos mandam bem...

Os discos, então:

William Fitzsimmons - 2005 - Until When We Are Ghosts



01. Find It In Me
02. Passion Play
03. Candy
04. When I Come Home
05. Funeral Dress
06. My Life Changed
07. Forsake All Others
08. Kylie
09. Problem Of Pain
10. When You Were Young
11. Shattered

Download Pt.1: http://www.mediafire.com/?bunl07anu6i
Download Pt.2: http://www.mediafire.com/?s4eykdq3ec4


William Fitzsimmons - 2006 - Goodnight



01. It's Not True
02. Hold On With My Open Hands
03. Everything Has Changed
04. Leave Me By Myself
05. Please Don't Go
06. You Broke My Heart
07. Body For My Bed
08. Never Let You Go
09. I Don't Love You Anymore
10. Mend Your Heart
11. Goodnight
12. Find My Way Home
13. Afterall

Download Pt.1: http://www.mediafire.com/?0ngm2urohzt
Download Pt.2: http://www.mediafire.com/?5tlof3diy2l


Os discos estão separados em duas partes porque ambos estão com 256 kBit/s de qualidade. Sem favelagem no mp3. E pra quem tiver uns dólares sobrando e o iTunes instalado, VALE A PENA pagar 10 doletas em cada disco desses, pra ajudar o cara que é total independente. Mesmo sem uma gravadora por trás, as músicas dele já entraram no tal do Grey's Anatomy (que eu nunca assisti, mas sei que é famoso). Pra comprar, siga o link abaixo:


Comprar: http://phobos.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewArtist?id=213326316

20 julho 2007

Isso sempre acontece. Durante o dia, todos os dias, milhares de coisas passam pela minha cabeça e eu penso "tenho que escrever sobre isso". Vejo, ouço e sinto mais coisas do que minha mente pode processar; mais ainda do que meu vocabulário é capaz de exprimir. "Faça uma música sobre isso", o José diria. Não. Há um tempo percebi que nem as músicas traduzem certos sentimentos. E as melhores músicas sobre os sentimentos genéricos já foram feitas. E comecei a pensar sobre identificação. E sobre como uma música precisa ser muito genérica sobre um sentimento pra que alguém se identifique e fale "nossa, é EXATAMENTE o que eu estou sentindo". Desculpe, mas não é.

Sentimentos são tão únicos... baseados em experiências de vida únicas, entre pessoas únicas. É óbvio que já ouvi músicas e disse "cara, escreveram isso pra mim". Da mesma forma que você está lendo esse texto num site em tons de azul. Vamos imaginar que vivemos num mundo perfeito e que seu monitor não é um lixo. Provavelmente seja. As cores estão todas erradas, mas ainda se estivéssemos lendo no mesmo monitor, quem garante que o azul que você enxerga é o mesmo que o meu? Não é.

Nos ensinaram que vermelho é vermelho, que verde é verde. Mas olhe a grama. Olhe uma árvore. Quantos verdes há ali? Projete sombra, mude a luz, o horário do dia, veja cada tonalidade mudar mais uma vez, o dobro delas agora. Sentimentos são tão únicos quanto cores, ou sabores. Mas nos ensinaram que o amarelo é amarelo e todos concordamos numa cor padrão, ignorando as nuances únicas. Com os sentimentos, da mesma forma.

Sabemos o que é ódio, o que é saudade. Sabemos o que é decepção e alegria. Euforia e mágoa. Achamos que sabemos o que é amor. Dizemos que "já passamos por isso antes". E quando ouvimos uma frase numa música, corremos pra postar nos nossos nicks de MSN ou enviar por email pra alguém. Nos identificamos. Sentimento-padrão. Genérico. Sem nuances. Porque é realmente impossível descrever em palavras uma tonalidade específica. Você diz que é um pouco mais escura ou clara, que não é tão forte, ou que é mais lavado. Adjetivos abstratos, como sentimentos. Da mesma forma com sabores, odores. É difícil com algo palpável / visível. Como descrever uma textura, um toque? Imagine um sentimento...

22 junho 2007

Much the Same - Survive (2006)

O Much the Same é uma banda de hardcore melódico de Chicago, na linha do No Use For a Name, meio puxada pro Strung Out / Propagandhi. Se esses 3 nomes não te dizem nada, deixa pra lá. Quem me mostrou foi o Juca (ex-guita do SELF DEFENSE). Disse pra eu baixar esse disco de 2006 que eu ia gostar. Baixei e não deu outra. Discaço! Letras boas, instrumental destruidor e vocal / melodias / backings muito bem colocados. "Hardcore melódico como deve ser", costumo dizer.

A banda infelizmente anunciou no seu MySpace o encerramento das atividades esse ano. Uma pena. Eles ainda tem um EP e um disco anterior a esse, mas não é tão bom. Ou eu não ouvi o suficiente ainda. De qualquer forma, indico e recomendo muito que baixem esse disco inteiro no link abaixo. E ouçam! É a banda que mais tenho ouvido nos últimos dias, então upei pra vocês ouvirem também. Minhas faixas preferidas, por enquanto, são a 3 e a 9.

Much the Same - Survive (2006)
Nitro Records

Site Oficial:
muchthesame.com

MySpace:
myspace.com/muchthesame

Letras:
Clique aqui.



Track List:
01. The Greatest Betrayal
02. American Idle
03. Gut Shot
04. What I Know
05. Take What's Yours
06. Skeletons
07. For Those Left Behind
08. Living a Lie
09. Stitches
10. Wrecking Ball
11. Picking Up the Shattered Pieces

DOWNLOAD: http://www.mediafire.com/?1079yzjhytc

Lembrando que, se você gostar MESMO da banda, vale a pena comprar o disco. É relativamente barato, você pode comprar no itunes por 10 dólares.

19 junho 2007

... and it all comes down to this:

400 anos depois, o que eu andei fazendo? O que me aconteceu?

De importante, o SELF DEFENSE gravou o novo disco, eu baixei muito mais músicas em MP3 do que serei capaz de ouvir pelo resto do ano e tive mais filmes no HD do que as vezes em que fui ao cinema. No caminho pra casa do Cesinha tem um grafitti que diz "você se enche de coisas e mesmo assim continua vazio"?


Gravação dos vocais do novo disco.


Fotografei pessoas em casamentos, formaturas, shows, comícios e demais eventos. Posando ou espontâneas, elas continuam feias se olhadas bem de perto. Ao menos a grande maioria delas. Conheci pessoas novas e conheci de novo pessoas "velhas". Me arrependi e me orgulhei. E tracei uma meta, baseado numa idéia repentina e maluca que apareceu por acaso e se transformou num convite irrecusável. Reativando o blog agora, pra me sentir confortável de novo com o formato quando estiver mandando notícias de qualquer outro lugar do mundo.

Coração gelado, corpo aquecido. Nos vemos em breve.