12 maio 2010

Eu levaria munição...

"... se fosse pra valer."
(Zander - Senso)

Saímos de Jaraguá do Sul com mais um integrante na van. Rudi "Roadie" é um amigo do China que precisava de uma carona pra Bal. Camboriú e embarcou com a gente disposto a dar uma mão no que precisasse. Mal sabia ele onde estava se metendo...

"Quem sabe a gente possa se encontrar pra falar de coisas bobas..."
(Deluxe Trio - Ou não?)

A viagem até Criciúma foi tranquila. Cerca de cinco horinhas na Brioi (BR-101) em obras. Eu estava mais do que acostumado, passou rápido. Na realidade o show seria em Içara, que é o município vizinho, próximo o suficiente pra agregar o público das duas cidades. Um pouco antes das 19:00 paramos num posto há duas quadras do Manga Rosa, onde seria o show, pro pessoal comer. Erro. Ir pra Criciúma (e região) e não comer um Xis é um erro tão grande que eu me recusei a comer os salgados requentados do posto. Todo mundo comeu, menos eu.

"Sempre o mais fácil; nunca perto de enfrentar."
(Zander - Do The Shindo)

Claro, essa foi minha desculpa pra não dizer que na minha garganta havia um nó tão grande que comida alguma passaria. Entendam, eu já sabia o que (não) ia acontecer. Mas era a primeira vez que eu voltava à região depois de vocês-sabem-o-quê e eu simplesmente não sabia como ia me sentir. Os lugares, as pessoas; é estranho quando o familiar se torna... estranho.

Às 19:07 chegamos no Manga Rosa e estacionamos a van. Operação-formiga pra levar todo o line pra cima por uma escada respeitável. O Manga Rosa é um pico na beira da estrada que liga Içara à Criciúma. É um galpão de dois andares e obviamente os shows rolam no piso superior. Lá dentro tem palco com um camarim e um bar. Telão passando videos de skate, palco simples mas com um espaço bacana, iluminação... tá, parei de reclamar da iluminação dos picos, juro! Enfim, tava rolando aquele clima Criciumense-hardcore-skate-surf-scream tão peculiar. Para o bem e para o mal, alguns rostos conhecidos. Ficamos por ali conversando e tomando umas cervejas enquanto o lugar ia enchendo. A primeira banda foi o Macaco Alado, bastante tradicional na área. Eu tinha uma lembrança mais "Dead Fish" deles. Mandaram uns covers de bandas clássicas e sons próprios. A seguir veio o Pause, banda do Gillian (que eu quase não reconheci sem dreads). É uma pegada DFC / Os Cabeloduro. O pessoal ia esquentando e lá por 21hs era hora do Zander tocar mais uma vez.

Alguém reclamou que eu não comento muito sobre a hora dos shows aqui no blog, mas entendam algumas coisas: 1) essas são as minhas impressões sobre a turnê. Para ler o tour report do Meu Rei, baterista, clique aqui. 2) eu vi 12 shows seguidos desses caras. Tirando uma diferença de equipo aqui e outra ali, não tenho muito de diferente pra falar sobre cada um. O que acontece é que esses quatro caras sobem no palco e MANDAM BRASA! Sempre! Toda vez! É high level do início ao fim! Vá ao show e veja com seus próprios olhos e ouvidos!

Eu disse que não reclamo mais da iluminação dos shows (que nesse caso era uma única luz de frente pro vocalista e a cor eu deixo pra vocês adivinharem). A verdade é que eu não tenho que reclamar MESMO. Os caras tocaram em um monte de picos com equipamentos precários e nem por um segundo deixaram de dar o melhor. Eu estava munido de um equipamento bastante razoável o tempo todo e minha obrigação era também dar meu melhor na hora de fazer os registros. Pode ser que eu nem sempre tenha conseguido, mas enfim... eu falo mais como um toque pra galera que monta rock clubs. Não pintem o teto de preto! Papel celofane tem o mesmo preço independente da cor, comprem outro que não seja vermelho! Economize na máquina de fumaça e não compre uma! É bastante simples! Fica aqui o meu apelo.

(PS: trabalhei no Moinho Eventos esses dias, PUTA iluminação profissa no palco e adivinhem: o técnico de luz NÃO DESLIGOU o vermelho DA FRENTE nem por UM SEGUNDO. Adiantou NADA!)

Fotos do show em Criciúma; Manga Rosa:
http://venancio.tumblr.com/post/532788079/zandericara

"Vamos fugir do Sol e ver quem vai nos alcançar?"
(Deluxe Trio - Impulso)

O show terminou por volta das 22:00 e acionamos novamente a operação conjunta pra desmontar equipo e carregar a van em tempo recorde. Às 22:25 nós estávamos saindo de Içara. Tanta pressa se justifica: tínhamos outro show no mesmo dia, em Florianópolis. Uma viagem de no mínimo 3 horas. Façam as contas. Uma pena, não pudemos ficar por lá e confraternizar direito com o pessoal. Bom, eu não posso dizer que estava triste por deixar logo o local, mas também não estava feliz.

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