23 julho 2008

The Gentle Art of Making Enemies

Eu sei, o mundo inteiro tá nessa onda oriental-zen-budista-meditação-paz-e-amor, e não é de hoje (malditos hippies). Mas sabe o que é bom de verdade? Odiar alguém. Sabe o que é melhor? Odiar alguém gratuitamente. Sério mesmo! Esqueça toda essa bobagem de amar ao próximo, de fazer o bem sem olhar a quem, altruísmo e o caralho de asa a quatro. Você pode escolher uma meia dúzia de pessoas pra odiar na vida. Do tipo "pessoas em quem eu gostaria de dar um tiro no cu". É catarse, manja? Tipo xingar o juíz no futebol. Só que muito mais legal.

Isso não te transforma automaticamente numa pessoa má. É simplesmente uma característica humana. Já que citei futebol acima, vale lembrar que esse é o segundo esporte preferido do brasileiro. O primeiro é falar mal dos outros, fato! A não ser que você seja uma reencarnação do Buda ou esteja nessa de atingir elevação espiritual. Ok, eu acho essa última opção válida. Mas odiar assim de graça umas 3 ou 4 (ou 20) pessoas no mundo inteiro não quer dizer que você não possa ser bom e desejar o bem de todas as outras.

Você pode ser um cara engajado em causas sociais e, ao mesmo tempo, odiar pessoas. Inclusive pseudo-intelectuais forçados pseudo-engajados em causas sociais. Esses são especialmente legais de se odiar. Pseudo-intelectuais e animais marinhos. Peixes, focas e coisas assim. Odeio, todos. Assim, de graça mesmo! Tá, não exatamente de graça. Digamos que sem motivo. O que não dá exatamente no mesmo.

Odiar sem motivo é tipo "ah, não gosto dessa pessoa", ao que você responde "não sei" quando te perguntam "Por quê?". Já odiar de graça é tipo "eu quero que essa pessoa caia no fundo do mais profundo poço e permaneça lá pelo resto da vida, e se me derem uma pá eu jogo mais terra em cima, e se ela sair de lá eu espero que enfiem um cano de PVC no cu dela e soltem um rato na outra ponta", ao que você responde "não sei" quando te perguntam "Mas por quê?". É uma diferença sutil, percebam.

A bem da verdade, você não deseja mesmo que a pessoa morra. Nem mesmo que ela quebre uma perna. Obviamente você vai soltar um maléfico "bem feito" quando ela quebrar, mas não é que você deseje o mal. É mais um exercício, porque é importante exercitar esse lado mal de maneira inofensiva. Porque nós todos temos isso, é intrínseco do ser humano. Mais saudável externar teus sentimentos ruins assim do que sair com o carro na intenção de atropelar alguém, ou quem sabe conseguir uma arma e entrar numa sala de cinema chacinando meia dúzia.

Era por isso que eu gostava tanto daquele fliperama House of the Dead, onde você descarregava todo barril do .38 em zumbis. Cada um daqueles mortos-vivos virtuais tinha um nome bem real, podem ter certeza. Mas é inofensivo. Eu descarregava minha ira ali e pronto, tomava um sorvete e saía cantarolando, aliviado e renovado, pronto pra exercitar com muito mais afinco meu lado bom.

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Editando: ...e além de tudo, não colocar pra fora essas coisas dá úlcera!

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Editando 2: substituam todo o post acima por esse link aqui.

5 comentários:

Daniel Rompe disse...

um dos melhores textos que eu li ultimamente.. aeheaheahea

principalmente a parte dos zumbis ali... de sair matando e colocando nomes próprios naqueles fdps.

fer. disse...

Minha explicação pra não gostar de alguém assim, de graça é "o santo não bateu", mas geralmente, são características chave que me fazem odiar alguém, tipo: gente sonsa, sem opinião e fingida de santa.

ps: e geralmente odeio mais mulheres. vai entender.

ps1: eu jogava cs antes, era pura diversão discontar o ódio assim.

Anónimo disse...

Eu tô contigo, vou pra semrpe achar ódio gratuito necessário e descontar em joguinhos é demais de bom. haha, beijo Vê!

Milena Gouvêa disse...

Você escreve muito bem, Venâncio, táloco.

Obrigada por ter voltado a escrever aqui.

Anónimo disse...

Ommmm...Mani Padme Hum...
hahaha...

Depois deste post devo concluir que és mesmo um ser iluminado! rsrs..
Hum..mas será que você vai me odiar gratuitamente por eu ter escrito isto?

Abraços de uma leitora assídua!